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Isabel dos Santos: "O meu currículo fala por si"


Empresária angolana diz-se disponível para prestar esclarecimentos na Justiça sobre a sua nomeação para a Sonangol.

Isabel Dos Santos

"Estou na disposição da Justiça, e do meu país para responder a qualquer convocação e prestar qualquer esclarecimento", assegurou Isabel dos Santos

A empresária falava a propósito da providência cautelar que está a ser analisada no Tribunal Supremo, interposta em junho por um grupo de advogados, logo após a sua nomeação, pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, visando travar esse processo, ao abrigo da Lei da Probidade Pública, por ser filha do chefe do Estado.

Isabel dos Santos diz que acredita na Justiça e que tem "o dever de cumprir a lei e prestar contas se estiver a agir fora da lei". Mostra-se ainda determinada em reestruturar e "levar a bom porto" a petrolífera angolana Sonangol.

O silêncio do Presidente

O prazo de oito dias dado pelo Tribunal Supremo para o Presidente da República contestar a providência cautelar que visa impugnar a nomeação de sua filha, por alegada violação da Lei de Probidade Pública, terminou na última sexta-feira.

Luís do Nascimento explica as consequências do silêncio de José Eduardo dos Santos. "Não contestando esta situação, a consequência é, para os juízes, considerarem como provado o que os advogados alegaram. É considerar aquilo como provado".

Para o próximo dia 26 de novembro está prevista uma manifestação, em Luanda, para exigir a impugnação de Isabel dos Santos. Figuras como o ex-primeiro ministro Marcolino Moco, o professor universitário Fernando Macedo, a gestora Sisaltina Cutaia, o jornalista William Tonet e o ativista Luaty Beirão subscreveram a carta enviada ao Governo da província de Luanda. Luís do Nascimento apoia a iniciativa. "Considero a atitude louvável e dignificante", diz o advogado.

Quem também apoia a manifestação da sociedade civil é Isaías Samakuva, presidente da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA). O seu partido pondera participar no protesto. "Vamos esperar que, com este desejo manifestado, os órgãos competentes digam alguma coisa".